Centros de referência para atendimento de pessoas com autismo
Famílias sofrem por dificuldade de conseguir diagnóstico e tratamento adequado de forma precoce; listamos onde procurar serviços públicos
Pais, mães e cuidadores de crianças com autismo sofrem dificuldades tanto para conseguir um diagnóstico do transtorno como para ter acesso a toda a rede necessária de profissionais para colaborar com o desenvolvimento dos filhos. É o caso de algumas histórias já contadas aqui no blog. Uma delas é a de Berenice Piana, pioneira da luta pelos direitos da pessoa autista no Brasil. Berenice levou anos para conseguir o diagnóstico de seu filho, descoberto por ela mesma. Ainda em meados dos anos 90, Berenice estudou por conta própria para entender o que se passava com o caçula Dayan. Em seguida, teve de se empenhar para encontrar instituições capazes de acolher e estimular seu filho, até encontrar uma clínica-escola capaz de acolhê-lo em um município a mais de 40 km de sua casa.
Contamos também o caso de Marcos Petry, do blog Diário de um Autista. Como era sabido desde o pós-parto que ele tinha lesões cerebrais, os pais atribuíam a elas o desenvolvimento atípico da criança. Até que uma amiga contou que poderia ser autismo. O empenho dos pais foi tamanho que incluiu a criação de um sistema próprio de estímulo ao filho. Inspirados no método do norte-americano Glenn Doman, o casal Arlete e Orlando Petry criou uma série de atividades aplicadas todos os dias, por cerca de oito horas, dentro de casa. Fora do Brasil, o problema também é delicado. A ativista internacionalmente conhecida Rosie King, irmã de outras duas pessoas com autismo, foi quem descobriu que também tinha o transtorno, aos 9 anos.
Quanto mais cedo se tem acesso a diagnóstico e tratamento, maiores as chances de desenvolvimento
O problema desta dificuldade em encontrar profissionais especializados e estruturas dedicadas ao tratamento do transtorno é que o diagnóstico precoce do autismo é crucial. Quanto mais cedo o autismo é tratado, maior a chance de desenvolvimento da pessoa. Por isso, fizemos uma lista com serviços públicos para quem precisa de apoio.
Centro de Referência em Transtornos do Espectro Autista (CREAPP Ambulatório)
O Centro de Referência em Transtornos do Espectro Autista (CREAPP Ambulatório) é um serviço de atenção diária localizado na cidade de São Paulo, que oferece assistência e inclusão escolar e social para crianças e adolescentes autistas de até 18 anos. O CREAPP faz parte do Centro de Atenção Integral em Saúde Mental (CAISM) Philippe Pinel, localizado no bairro de Pirituba, na zona oeste de São Paulo. São atendidos no local cerca de 120 crianças e jovens autistas.
Contato
(11) 3993-8235
caismpinel-cih@saude.sp.gov.br
Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA – BAHIA)
O Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE -TEA) oferece assistência de saúde e pedagógica para pessoas com autismo e se propõe também a criar inovações técnicas para cuidado dos pacientes. O centro é parte da Rede de Atenção à Saúde (RAS) e da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do estado da Bahia.
Contato
(71) 3336-6147
apoiomatricial.cretea@labcmi.org.br
Há mais de 30 anos, a APAE oferece atendimento especializado em todo o Brasil
APAE Brasil
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) oferece apoio intensivo e atendimento educacional especializado ao estudante com deficiência intelectual, além de assistência social para melhoria da qualidade de vida e inclusão da pessoa com deficiência, acompanhamento de saúde e capacitação profissional. A associação nasceu em 1984, no Rio de Janeiro, e hoje está presente em mais de dois mil municípios em todo o Brasil.
Contato
(61) 3224-9922
fenapaes@apaebrasil.org.br
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF)
O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) é formado por equipes multidisciplinares que apoiam profissionais de saúde da família e das equipes de atenção básica. O serviço foi criado em 2008 para oferecer atendimento de forma integrada e cooperativa a quem utiliza o Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando as possibilidades de análise e de intervenção tanto nas unidades de saúde como nas visitas domiciliares.
O NASF pode contar com assistente social, profissional de educação física, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, arte educador, nutricionista, psicólogo, terapeuta ocupacional, ginecologista/obstetra, homeopata, pediatra, veterinário, psiquiatra, geriatra, internista (clínica médica), médico do trabalho, acupunturista e profissional de saúde sanitarista. A composição de cada núcleo é definida pela gestão do município.
Para receber atendimento pelo NASF é necessário ir à Unidade Básica de Saúde (UBS) do seu bairro e marcar uma consulta médica de avaliação. Se for necessário, o caso será encaminhado aos profissionais do NASF. Quem mora na cidade de São Paulo pode pesquisar telefones e endereços das UBS mais próximas neste link: http://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/
Unidades do Caps oferecem em todo o Brasil tratamento integrado em saúde mental
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são centros de atendimento de saúde mental que operam no sistema de porta aberta em todo o Brasil. Isso quer dizer que o paciente e seus responsáveis podem se dirigir diretamente ao local, sem necessidade de encaminhamento prévio. As pessoas atendidas contam com projeto terapêutico individual criado especificamente para suas necessidades. Uma equipe multidisciplinar avalia o quadro e indica o tratamento adequado para cada um.
Na cidade de São Paulo, há 93 CAPS, 31 destinados a atendimento infantojuvenil e 32 para adultos. Há também 30 unidades que atuam no tratamento de dependência em álcool e drogas. A lista completa com endereço e telefone de todos os CAPS paulistanos pode ser encontrada aqui. Na cidade do Rio de Janeiro, a lista pode ser consultada aqui. Para conferir a lista da sua cidade, entre em contato com a secretaria de Saúde do seu município. Caso a cidade não tenha CAPS, a orientação do Ministério da Saúde é buscar pela Atenção Básica.
Separamos uma lista com endereços e contatos dos CAPS ou das secretarias estaduais de Saúde de todo o Brasil, por região:
SUDESTE
São Paulo
Rio de Janeiro
Minas Gerais
Espírito Santo
SUL
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
Paraná
CENTRO-OESTE
Distrito Federal
Goiás
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
NORTE
Acre
Amapá
Amazonas
Rondônia
Roraima
Tocantins
Pará
NORDESTE
Alagoas
Bahia
Ceará
Maranhão
Paraíba
Pernambuco
Piauí
Rio Grande do Norte
Sergipe
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