Autismo e Realidade celebra o Abril Azul 2022
Mês dedicado à conscientização do autismo vai contar com ações no transporte público de SP; confira
Desde 2008, comemoramos em 2 de abril o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A data foi escolhida pela ONU (Organização das Nações Unidas) para incentivar a defesa dos direitos dos autistas em todo o planeta. A mobilização não se restringe à data, mas reverbera ao longo de todo o mês do Abril Azul. Monumentos no Brasil e no mundo são iluminados com a cor azul, que ainda hoje representa o espectro. Além disso, campanhas em todo o planeta expõem conceitos básicos e dicas para evitar o capacitismo no dia a dia.
O Autismo e Realidade anualmente promove ações que ajudam a popularizar o conhecimento sobre o autismo e dar visibilidade à luta anticapacitista.
Neste ano, o Hospital Infantil Sabará também será iluminado na cor azul, assim como locais históricos de todo o país. A mantenedora do hospital é a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, a mesma do projeto Autismo e Realidade.
Simpósio reúne principais especialistas em TEA pra discutir o que se sabe de mais recente sobre o transtorno
A fundação também promoverá o IX Simpósio de Atualização em TEA (Transtorno do Espectro Autista), que contará com a presença de especialistas renomados no assunto e é aberto a profissionais que trabalham ou não com autismo, além de mães, pais e cuidadores de autistas e interessados em geral.
As principais ações de popularização do conhecimento sobre o transtorno acontecem na cidade de São Paulo.
O Memorial da América Latina receberá, neste domingo, dia 02, a Caminhada pelo Autismo, onde o Autismo e Realidade estará presente com um estande e serão distribuídas 5 mil cartilhas e brindes para conscientizar a população. O evento começa às 14h e está previsto para durar até 18h. As cartilhas distribuídas serão sobre “DSM-5 e o Diagnóstico de TEA’ e “Higiene Bucal” -uma atividade corriqueira para pessoas típicas, mas que pode ser desafiadora para autistas.
Ações de conscientização também ocuparão espaço no transporte público paulistano: os passageiros do Metrô poderão assistir a um vídeo sobre autismo em todas as estações e quem anda de trem também terá contato com ações especiais nas paradas da CPTM.
Autismo não é doença, mas um transtorno do neurodesenvolvimento; é uma deficiência invisível, que não tem cura
É muito importante que toda a população compreenda o que é o autismo e como um autista deve ser tratado. Entre os principais aprendizados sobre o transtorno é o conceito de espectro: cada autista manifesta o transtorno de uma forma e, por isso, nenhum é igual ao outro. Apegar-se a estereótipos é um engano quando falamos de autismo. Cada autista é único.
Outro ponto essencial é saber que o autismo não é uma doença e, portanto, não tem cura. Crianças autistas se tornam adultos autistas e precisam receber acompanhamento adequado para cada fase da vida.
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento. É uma condição permanente e uma deficiência, que ao contrário de muitas outras, é invisível. O autista não tem um fenótipo, como a pessoa com Síndrome de Down, por exemplo. Ninguém “tem cara de autista” ou “parece autista”. A impossibilidade de identificação visual gera estranhamento e muitas vezes as pessoas com autismo têm seus direitos negados ou questionados justamente porque não correspondem a uma imagem imaginada pelas pessoas.
Os autistas têm os mesmos direitos que qualquer pessoa com deficiência no Brasil: vaga exclusiva, prioridade em atendimentos e bancos especiais no transporte público são apenas alguns exemplos. Mas isso não faz dos autistas pessoas especiais, nem anjos. “Especial é pastel”, diz o bem-humorado ativista Tio Faso, autista e pai de autista. Autistas são seres humanos com direitos e deveres que merecem respeito e afeto como todos os outros. São pessoas como você e assim devem ser tratados.
0 comentários