Adolescência e autismo: o que esperar?
Adolescência e autismo: o que esperar?
A adolescência é uma fase cheia de desafios para todas as pessoas. Mas, para quem tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), esse período pode ser ainda mais desafiador com a crescente demanda por habilidades sociais, comum nessa idade, quando os adolescentes encontram suas tribos, buscam por identidade, novos interesses e se lançam em descobertas que mexem com as emoções e a autoestima.
Nesse cenário, o adolescente com autismo pode não se encaixar em um grupo e se isolar. Caso ainda não tenha diagnóstico e acompanhamento especializado (se necessário), é preciso ainda mais atenção.
Portanto, além de ser uma fase que sempre merece o olhar redobrado dos pais, responsáveis e educadores, é ainda mais importante que os adolescentes com TEA sejam acompanhados de perto para que possamos verificar possíveis impactos emocionais e em suas rotinas escolares. Em alguns casos, é preciso procurar especialistas para uma atenção interdisciplinar, para que as questões típicas dessa fase não se tornem ainda mais preocupantes.
Transformações
Temas comuns à adolescência, como amizade, sexualidade, profissão e necessidade de aceitação ganham novos contornos no âmbito do autismo. São muitas transformações na vida daquele adolescente que não é mais criança, mas também não é um jovem adulto. Novas responsabilidades, pressões e contextos, além de mudanças biológicas e hormonais. Tudo isso pode causar um certo desconforto para o adolescente com TEA, ao perceber que ele(a) é diferente.
Acompanhamento e diálogo
Em meio à adolescência, são comuns jovens usarem “piadas”, metáforas ou termos que sejam confusos para quem tem TEA. Por isso, é preciso dialogar com o(a) adolescente para que entenda um pouco sobre esse cenário e também desenvolva noções de perigo, para que ele(a) não seja negligenciado(a) ou sofra algum tipo de abuso e tenha condições mínimas de entender sinais de alerta. Ou seja: é preciso desenvolver habilidades de leitura dos ambientes e comportamentos.
Em casos mais severos, com questão cognitiva mais comprometida, é importante seguir avançando com a independência funcional, para ajudar a se trocar, comer e tomar banho sozinho(a). Cada evolução conta!
Seja como for, independentemente do grau do TEA, os adolescentes dentro do espectro precisam ser olhados com atenção e contarem com acolhimento, respeito e canais abertos para escuta e diálogo.
Cada indivíduo é único e precisa ser acolhido em sua singularidade. Pais de adolescentes com TEA precisam estar presentes para o suporte necessário, evoluindo juntos com o filho(a) em mais uma fase da vida.
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