A importância do Dia Mundial do Autismo
Comemorado em 02 de abril, a data ajuda na conscientização sobre o transtorno que afeta 70 milhões de pessoas no mundo
O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, com o intuito de alertar a população em geral e os governos sobre este transtorno, ajudando a derrubar preconceitos e esclarecendo como lidar com os autistas. No Brasil, o Dia Mundial do Autismo é celebrado com palestras e eventos públicos que acontecem em várias cidades brasileiras. Nesta data, vários pontos turísticos do país são iluminados de azul, cor que simboliza o transtorno.
Evidentemente meu contato com o autismo se deu na faculdade de medicina, lá na década de 1970. Nesta época o autista estava mais para o personagem do filme Rain Man feito por Dustin Hoffman. Em 2015 tive contato com a ONG Autismo&Realidade e de lá para cá venho aprendendo muito com as pessoas que assumiram esta causa. O casal de fundadores da ONG Paula e Hermelindo e sua filha Júlia me levaram a conhecer um mundo de pessoas fantásticas e que, com seu exemplo, acabaram fazendo que nossa fundação encapasse não só a ONG como a causa do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Entendendo as principais características do autismo
A chegada do Autismo e Realidade à Fundação José Luiz Egydio Setúbal me deu a oportunidade de aprender mais sobre este distúrbio, que ainda é bastante desconhecido da população em geral. Referência mundial no tema, o Manual de Transtornos Mentais (DSM-5) reuniu o autismo e outros distúrbios associados (transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado e Síndrome de Asperger) em um único diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista. O TEA é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na socialização, na comunicação social e comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas com TEA partilhem essas dificuldades, cada uma será afetada com intensidade diferente. Algumas poderão levar uma vida com bastante independência, enquanto outras poderão precisar de apoio especializado ao longo de toda a vida. Da mesma forma, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos, ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento.
O TEA pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, as pessoas com autismo também apresentam outros problemas de saúde relacionados, como sono e distúrbios gastrointestinais, síndrome de déficit de atenção e hiperatividade, dislexia ou dispraxia, ansiedade e depressão. As pessoas com autismo também podem ter alguma forma de sensibilidade sensorial em um ou em mais dos cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – que podem ser mais ou menos intensificados. Por exemplo, sons de fundo, que passam despercebidos por muitas pessoas podem soar para uma criança autista como insuportavelmente barulhentos, causando ansiedade ou mesmo dor física. Já outros indivíduos são sub sensíveis, e podem não sentir dor ou temperaturas extremas.
Para saber mais sobre o espectro autista, consulte as nossas cartilhas clicando aqui.
Autor: Dr. José Luiz Egydio Setúbal.
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Dr. José Luiz Egydio Setúbal
Médico
Médico e presidente da Fundação José Luiz Egydio Setúbal que é um fundo patrimonial familiar dedicado à causa da saúde infanto-juvenil no Brasil.
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