Risperidona e Autismo

14/06/2019Tratamentos8 Comentários

Medicação ajuda autistas com quadro de agressividade

Após a confirmação do diagnóstico de TEA, vem a dúvida de o que fazer para que o autista tenha uma melhor qualidade de vida. Como falamos em outras áreas do site, não existem remédios para as principais características do distúrbio – as deficiências de comunicação e interação social e os padrões repetitivos de comportamento são tratados com diferentes abordagens de terapia comportamental. No entanto, o indivíduo com TEA pode apresentar outras condições associadas, como agressividade, irritabilidade, ansiedade e TDAH. Nestes casos, a equipe médica pode recomendar a associação das intervenções comportamentais com medicamentos para amenizar os sintomas associados.

Quando o autista – em especial, crianças e adolescentes – apresenta comportamentos agressivos, o medicamento mais indicado é a risperidona. Conforme os estudos mais recentes, a substância mostra bons resultados com quadros de agressão a outras pessoas, auto-agressão, crises de raiva e angústia e mudança rápida de humor. Com nome comercial de Risperdal®, este medicamento é um antipsicótico atípico, que age no cérebro bloqueando os receptores da dopamina e serotonina. Os antipsicóticos atípicos ou de segunda geração apresentam menor risco provocar efeitos colaterais, como movimentos musculares involuntários e agitação.

Risperidona tem resultados variados em algumas faixas etárias

A Risperidona está disponível no SUS em comprimidos de 1mg, 2mg e 3mg e a sua indicação principal é para o tratamento de esquizofrenia. Nos pacientes com TEA, o tratamento costuma ser iniciado em doses baixas, que são elevadas gradualmente de acordo com a necessidade. Por ser um remédio controlado, a dosagem só deve ser alterada mediante indicação e supervisão da equipe médica, assim como o processo de retirada ou substituição por outro medicamento.

Na internet, é possível encontrar muitos relatos afirmando que a risperidona não funciona. Longe de ser uma fake news, essa é uma informação que apenas precisa de um pouco mais de contexto. Como qualquer medicamento, a risperidona tem as suas limitações: tanto em adultos quanto em crianças menores de 5 anos há poucos dados para validar os seus resultados do remédio. Por isso, o uso nestas faixas etárias deve ser evitado, devido às maiores chances de experiências desfavoráveis.

Agressividade também pode ser tratada na terapia comportamental

Também é importante lembrar que, no caso da agressividade, é sempre válido investigar a presença de potenciais fatores desencadeantes de reações agressivas. Em vez da medicação, a chave do tratamento será a terapia comportamental/educacional que vai trabalhar com o autista técnicas para lidar com o impacto destes fatores no seu humor. Alguns possíveis fatores que podem induzir comportamentos agressivos são:

  • Deficiências na comunicação do autista, que podem resultar em frustração por não ser capaz de expressar as suas necessidades;

  • Problemas físicos, como dor e distúrbios gastrointestinais;

  • Transtornos mentais associados, como ansiedade e depressão;

  • O ambiente físico, como os níveis de iluminação e ruído, que podem afetar as pessoas com hipersensibilidade;

  • Mudanças no desenvolvimento pessoal, incluindo a puberdade;

  • Alterações em rotinas ou contextos em casa, na escola ou atividades do cotidiano;

  • Possíveis situações de exploração ou abuso no convívio social.

Por fim, uma ressalva: medicamentos como a risperidona não devem ser utilizados como único ou principal recurso terapêutico, mas sempre associados com outras estratégias de cuidado para garantir uma melhora sustentada da qualidade de vida do indivíduo. Além disso, o uso de psicofármacos é sempre acompanhado de efeitos colaterais, e o momento de retirada dos antipsicóticos deve fazer parte de um planejamento terapêutico negociado cuidadosamente com os familiares.

Conte pra gente nos comentários sobre as experiências com terapias e medicamentos que você já vivenciou.

Escrito por Clara Padrón, Barracuda Conteúdo

8 Comentários

  1. Olá, seria interessante falar sobre os possíveis efeitos colaterais do risperidona e o custo benefício do uso dessa droga.

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    • O meu filho é autista ele tem 9 anos e ñ para de gritar e se machucar eu dou os medicamentos certo p ele é ñ ta adiantado eu q devo fazer

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  2. Bom dia estou com um sobrinho autista, pois está muito agressivo bateu em minha mãe e faz uso desses medicamentos,levozene,carbazepina ,fico grata pela resposta

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  3. Os médicos deveriam falar do risco de adquirir permanentemente discinesia tardia (DT) devido ao uso do neuroléptico (risperidona), mesmo os atípicos, com termo assinado pela família. Às vezes a família procura o profissional por causa de um problema e sai com dois problemas. E a DT induzida pelo fármaco não tem cura.

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    • Olá, a risperidona é um medicamento com mais de um possível efeito colateral expostos em sua bula, e o mais recomendado é debater com médico sobre
      os prós e contras do uso da medicação.

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  4. Olá, meu filho tem 4 e meio , e faz uso da respiridona , desde dezembro , mas não vejo melhora, diagnosticado com TEA leve e TDAH .
    Engordou bastante depois que iniciou a medicação .
    Melhorou o sono .mas tem crises de agressividade ainda .

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  5. Eu tomo risperidona há três anos e nunca ninguém me explicou porque tomo. Eu não era agressivo. Se não falava muito era porque a médica estava-me sempre a fazer a mesma pergunta. O que é que te aconteceu? Eu dizia que não tinha acontecido nada e ela não acreditava, estava sempre a narrar no mesmo e depois começei a pensar que ela achava que eu tinha um atraso mental e era altamente frustrante eu perguntar-lhe algo e ela fazer-me outra pergunta. Não lhe quero faltar ao respeito mas se eu começei a ficar infeliz foi por culpa dela. Nunca precisei de medicamentos e eles só me atrasaram mentalmente e não consigo sair desta porcaria de situação durante este tempo todo. Todas as minhas queixas são para ela psicológicas e relativisadas e não sei o que fazer. As pessoas sabem e por isso não tenho amigos e sou gozado. Eu sei que devo-me importar mais com a família e não os preocupar e tenho tentado parecer contente, mas deixei de conseguir falar bem depois disto e toda a gente me vê como imaturo e atrasado e nonguém tece uma adolescência de merda como eu. Não sou perfecionista nem manipulador nem fiz nada de mal a ninguém para merecer esta merda e levo com isto. Daqui a alguns anos sou adulto e vou ter inteligência e maturidade de 13

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  6. Meu filho é autista grave não fala usa fraldas e toma 1ml de risperidona na manhã e 1,5 a noite essa dose é muito alta oque pode causar no meu filho com o passar do tempo ele toma o risperidona de 1mg obg

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