Autismo e envelhecimento
O envelhecimento é uma fase desafiadora para todos. Mas, quando pensamos no contexto do Transtorno do Espectro Autista (TEA), é comum existirem algumas particularidades. Muito se fala da pessoa com autismo na infância e na adolescência, mas sobre o idoso pouco discutimos.
O processo de envelhecimento da pessoa com TEA foi melhor compreendido e discutido, primeiramente, em países da Europa e no Canadá. Pesquisas realizadas apontaram que, entre os fatores de risco presentes no envelhecimento precoce em pessoas com TEA, estão: uso de medicamentos prolongados para tratamento de doenças pré-existentes, predisposição para desenvolver comportamentos e condutas de risco no dia a dia e declínio cognitivo subestimado (não avaliado).
Também é frequente a permanência das doenças neurológicas e psiquiátricas adquiridas na infância. Em alguns casos, é possível observar transtorno de linguagem, alterações sensoriais, déficits nas funções executivas e de atenção, problemas gastrointestinais, epilepsias e ansiedade.
Esses quadros demandam avaliação e intervenção precoce. O acompanhamento de um profissional especializado e de uma equipe multidisciplinar faz toda a diferença. Além disso, recomenda-se ‘planejar’, na medida do possível, o envelhecimento da pessoa com TEA para que ela tenha mais longevidade e qualidade de vida.
Para além das conquistas em inclusão, defesa e garantia de direitos para crianças e adolescentes com autismo, é preciso avançarmos muito em proteção, suporte, mediação e promoção da qualidade de vida da pessoa com TEA que envelhece.
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