Autismo e Humor
Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) costumam ter dificuldades em interações sociais, mas isso não significa que elas não tenham habilidades sociais. Levando-se em conta que cada indivíduo é único, com sua realidade, vivências e experiências, é prudente não generalizar.
O TEA afeta cada indivíduo de uma forma, mas sabe-se que a maneira como as pessoas se comunicam e constroem relacionamentos, em seus respectivos contextos, é parte comum da interação social que costuma ser afetada.
TEA e humor, é possível?
Na relação entre autismo e humor, as especificidades relacionadas ao espectro também ocorrem, apesar de saber que há pessoas neurotípicas que também apresentam ou podem apresentar alterações de humor.
Seja como for, buscar compreender essas alterações em pessoas com autismo é fundamental para evitar ruídos e frustrações. A ideia de que pessoas com diagnóstico de TEA não têm emoções é incorreta. Entende-se que elas sintam uma grande quantidade de emoções, com dificuldades na expressão, percepção e gestão desses sentimentos.
Como a comunicação e a interação social podem ser desafiadoras para quem tem TEA, pessoas com autismo geralmente têm dificuldade de acompanhar conversas e envolver-se em grupos, por exemplo, o que pode dificultar também a compreensão de alguma mensagem, principalmente quando houver ironia ou alguma dose de humor.
Normas sociais
Essa questão também se relaciona com o que chamamos de normas sociais, que variam de uma cultura para outra ou até mesmo dentro de diferentes tribos. Um exemplo de norma social bem comum no Brasil é o entendimento de que evitar contato visual pode significar desinteresse. No caso das pessoas com autismo, isso precisa ser visto de outro ângulo, já que elas podem evitar o contato visual, não significando necessariamente falta de interesse.
Essa falta de alinhamento ao que é padrão, muitas vezes, pode sim impactar a relação entre autismo e humor. Mas, vale frisar, não podemos afirmar que pessoas com autismo não tenham humor ou não sejam impactadas por ele.
Buscar lidar melhor com as diferenças de habilidades sociais de cada indivíduo é muito importante, principalmente quando falamos de inclusão. Esse acolhimento e respeito ajudam na saúde mental e podem contribuir para evitar crises emocionais, ansiedade e frustrações.
A ajuda profissional multidisciplinar, com neurologistas, psiquiatras e psicólogos, por exemplo, pode ajudar na compreensão e evolução de habilidades sociais, em um processo de respeito às individualidades de cada um.
0 comentários