O que é escala M-CHAT?

29/10/2025Destaques, Diagnóstico, TEA no Dia a Dia0 Comentários

O que é a escala M-CHAT?

A escala M-CHAT (Modified Checklist for Autism in Toddlers), ou Lista de Verificação Modificada para Autismo em Crianças Pequenas, é uma importante ferramenta para apoiar o rastreamento precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças de 16 a 30 meses.

Foi desenvolvida por Diana L. Robbins na Universidade de Connecticut. O checklist original foi revisado e reformulado, resultando na M-CHAT-R (Modified Checklist for Autism in Toddlers – Revised), uma versão aprimorada e mais precisa para a identificação do risco de TEA, com menor número de falsos positivos. Essa versão revisada já foi traduzida para mais de 100 línguas e dialetos, e é disponibilizada gratuitamente para uso pela autora. 

Amplamente utilizada como instrumento de triagem, ela ajuda a identificar sinais de risco para o TEA, contribuindo para  o encaminhamento oportuno para avaliações diagnósticas e, em caso de confirmação, para intervenções precoces que favorecem o desenvolvimento e a qualidade de vida das crianças. 

A seguir, conheça melhor a escala M-CHAT-R, entendendo suas principais características e os benefícios de sua aplicação. 

O que é a escala M-CHAT-R?

A escala revisada M-CHAT-R é um instrumento de triagem padronizado, criado para identificar sinais precoces do TEA em crianças. Vale ressaltar que ela não realiza o diagnóstico do autismo, funcionando apenas como uma etapa inicial no processo de avaliação clínica.

A escala consiste em um questionário com 20 perguntas, que deve ser preenchido pelos pais ou cuidadores da criança, com respostas do tipo “sim” ou “não”. Essas perguntas investigam aspectos do desenvolvimento social, comunicativo e comportamental, como o contato visual, a resposta ao nome, o interesse por outras pessoas e o uso de gestos para se comunicar.

Por ser simples, rápida e de fácil aplicação, a M-CHAT-R tornou-se uma ferramenta valiosa no acompanhamento do desenvolvimento infantil por profissionais de saúde. Recomenda-se fortemente que os pediatras utilizem a escala na rotina de puericultura da atenção básica. Desde 2024, a M-CHAT-R integra a Caderneta da Criança, disponibilizada no formato impresso ou on-line pelo Ministério da Saúde no Brasil. 

Como funciona a escala M-CHAT-R?

As perguntas do questionário são baseadas em comportamentos observados em crianças com suspeita de autismo. Alguns itens são considerados críticos, pois podem sinalizar a necessidade de investigação mais aprofundada. Por isso, é muito importante preencher o questionário corretamente.

A M-CHAT-R classifica os resultados em três níveis de risco: baixo, moderado e alto.

  • Baixo risco (0 a 2 pontos): é menos provável que a criança apresente TEA. No entanto, recomenda-se repetir a triagem ou utilizar outras ferramentas de avaliação caso a suspeita persista ou novos sinais sejam observados.  
  • Risco moderado (3 a 7 pontos): sugere a presença de alguns sinais de risco que merecem investigação adicional. É importante acompanhar a evolução dos comportamentos e buscar reavaliação com profissional qualificado em desenvolvimento infantil. Repetir o questionário também pode ser indicado. 
  • Alto risco (8 a 20 pontos): indica forte probabilidade de presença de sinais consistentes com o TEA. Recomenda-se procurar um neurologista pediátrico ou psiquiatra infantil, avançar com a investigação multiprofissional e iniciar o tratamento o quanto antes, caso o diagnóstico seja confirmado.

IMPORTANTE: a M-CHAT-R não substitui uma avaliação diagnóstica realizada por um médico ou equipe multidisciplinar especializada. Ela deve ser usada apenas para identificar sinais suspeitos e servir como ponto de partida para buscar avaliação e acompanhamento profissional.

O TEA

O Transtorno do Espectro Autista é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por diferenças nas habilidades sociais, na comunicação e nos padrões de comportamento e interesses. Suas manifestações são variadas, tanto qualitativamente como em intensidade.  Embora o TEA geralmente seja identificado nos primeiros anos de vida, o reconhecimento tardio ainda é frequente, principalmente quando as manifestações são mais sutis. 

O diagnóstico do TEA requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais especializados. Essa abordagem integrada visa além de um diagnóstico preciso, busca compreender as necessidades e potencialidades individuais e planejar apoios e intervenções que favoreçam o desenvolvimento, a autonomia e a melhoria da qualidade de vida da pessoa e de sua família.

Use o M-CHAT-R na vigilância do desenvolvimento e, em caso de risco de TEA, busque apoio profissional especializado.

Referências: 

Autismo em Dia. A escala M-Chat e o diagnóstico do espectro autista. Disponível em: https://blog.autismoemdia.com.br/blog/a-escala-m-chat-e-o-diagnostico-do-espectro-autista/ Acesso: 14 de outubro de 2025.

SanarMed. Escala M-CHAT: conheça a escala de diagnóstico de TEA. Disponível em: https://sanarmed.com/escala-m-chat-pospsq/ Acesso: 14 de outubro de 2025. 

 

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