Como as alterações climáticas podem impactar pessoas com autismo

2/12/2024TEA no Dia a Dia0 Comentários

As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios globais do século, trazendo danos a todos nós. Tem sido cada vez mais comum assistir a episódios preocupantes que colocam vidas em risco. Para além das tragédias, é preciso pensar que a mudança no clima já pode ser sentida num dia “normal”. Nesse contexto, algumas pessoas são mais vulneráveis, incluindo crianças, idosos e, sim, pessoas neurodivergentes, muitas delas dependentes de outra pessoa.

Sabemos que pessoas com autismo costumam ser particularmente sensíveis a mudanças ambientais e podem apresentar respostas atípicas ao calor extremo, ao frio ou à poluição do ar, fenômenos que estão aumentando com o aquecimento global. O calor excessivo, por exemplo, pode desencadear desconforto extremo, dificultando a regulação da temperatura corporal e tornando situações de exposição prolongada ainda mais desafiadoras. Além disso, a poluição do ar e a intensificação de alérgenos podem desencadear respostas sensoriais agudas, prejudicando ainda mais a saúde respiratória.

Mudanças na rotina

É claro que esse cenário traz incômodos a todos os indivíduos, mas precisamos levar em conta a vulnerabilidade ao estresse, comumente elevada entre pessoas com autismo. Eventos climáticos extremos, como tempestades intensas, enchentes e ondas de calor, podem causar interrupções no ambiente cotidiano e em rotinas estabelecidas, o que pode elevar a tensão e a ansiedade em pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Mudanças de rotina, barulhos repentinos e a incerteza associada a fenômenos climáticos intensos podem ser extremamente desconfortáveis, especialmente em contextos urbanos, onde o ruído e o movimento são ampliados.

Impacto em serviços essenciais

Além dos impactos diretos, as mudanças climáticas também impactam a infraestrutura de apoio às pessoas com autismo, afinal, desastres naturais e crises climáticas podem afetar o acesso aos serviços de saúde, transporte e assistência social, dos quais muitas pessoas no espectro autista e suas famílias dependem.


Inclusão

Por essas e outras, as  políticas de enfrentamento às mudanças climáticas e de gestão de crises devem considerar as necessidades específicas das pessoas com autismo. Isso inclui: criação de refúgios sensoriais em locais públicos, adaptação de sistemas de transporte para emergências e promoção de conscientização e treinamento de socorristas e profissionais de saúde.

É verdade que estamos longe de conquistar questões básicas quando o assunto é meio ambiente e saúde para pessoas atípicas, mas em meio a muitas reivindicações, é preciso também pautar à  inclusão das necessidades de pessoas com autismo em planos de ação climática e resposta a desastres, para que todos possam enfrentar o futuro com segurança e dignidade.

Por fim, vale lembrar: um meio ambiente equilibrado é benéfico a todo mundo. A pauta ambiental e climática importa, e muito!

 

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