Estratégias para Estimular a Comunicação em Crianças com TEA

25/02/2025Sem categoria, TEA no Dia a Dia0 Comentários

Promover a comunicação junto a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é muito importante para o desenvolvimento de habilidades sociais e linguísticas. A missão pode parecer desafiadora mas, com estratégias adequadas e alinhadas ao perfil de cada um, é possível avançar.

A seguir, focamos em dicas práticas para pais, educadores e terapeutas que buscam  estimular o desenvolvimento da comunicação em crianças com autismo.

Interações na rotina 

Uma das principais estratégias para promover a interação social e a linguagem é criar oportunidades diárias para a comunicação funcional. Isso inclui utilizar situações cotidianas para encorajar a criança a pedir, indicar ou responder a comandos simples. 

Durante as refeições, experimente, por exemplo,  perguntar: “Você quer suco ou água?”, incentivando uma resposta verbal ou não verbal. Reforçar positivamente as tentativas de comunicação é fundamental para criar associações positivas e aumentar a motivação.

Além disso, os momentos de brincadeira, cantar com a criança, leitura compartilhada, também constituem atividades significativas e motivadoras para uso da linguagem, contribuindo para promover o desenvolvimento das funções comunicativas.

Ferramentas de Comunicação Alternativa e Aumentativa 

Outra abordagem que pode ser eficaz é o uso de ferramentas de Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), tais como pranchas de comunicação, aplicativos digitais e dispositivos eletrônicos. Essas ferramentas ajudam a complementar ou substituir a comunicação verbal, permitindo à criança expressar suas necessidades, emoções e desejos de forma acessível. Vale destacar que o uso de CAA pode contribuir significativamente para avanços na linguagem verbal e ampliar as oportunidades de interação social. 

A orientação de um fonoaudiólogo na construção da prancha de comunicação alternativa é importante para que esse recurso esteja compatível com o nível de desenvolvimento linguístico da criança.

O papel dos pais, cuidadores e educadores

Pais, cuidadores e educadores desempenham um papel crucial nesse processo. Para isso, vale investir em formação e informação sobre as melhores práticas para estimular a comunicação. De que forma? Tente, se possível, participar de oficinas, grupos de apoio e buscar orientação profissional. Ler sobre o assunto, ir atrás de informações qualificadas e manter uma rotina estruturada são práticas positivas que podem dar bons resultados. Também são condutas importantes estabelecer momentos de qualidade e adaptar as estratégias às necessidades individuais de cada criança.

 

Colaboração multiprofissional

Outro aspecto essencial é a colaboração interdisciplinar entre profissionais da área da saúde e da educação. Terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e educadores podem trabalhar em conjunto para desenvolver planos de intervenção personalizados. Esse trabalho integrado contribui para que as técnicas sejam consistentes em diferentes ambientes e promovam um aprendizado mais efetivo. É preciso, também, levar em conta a realidade de cada pessoa e família. 

Com objetivos compartilhados entre os diferentes terapeutas, os educadores e a família, a linguagem e a comunicação da criança são trabalhadas em diversas oportunidades ao longo do dia. Isso conduz a um aumento na frequência das oportunidades de trocas comunicativas em contextos cotidianos, o que contribui para a consolidação das habilidades em desenvolvimento. 

 

Cada indivíduo é único, evite comparações 

É importante lembrar que cada criança com TEA é única, com habilidades e desafios específicos. No espectro do autismo há variações também no que se refere ao domínio da fala, linguagem e comunicação. Respeitar o ritmo individual, o perfil comunicativo e celebrar pequenos avanços são fundamentais para criar um ambiente encorajador e motivador.

Evite comparações e cobranças, comportamentos que podem causar tensão e frustração. Enxergue a singularidade da criança com TEA, observe-a e busque formas para melhor interagir com ela, em diferentes situações. A interação, vale frisar, nem sempre é verbal. Um olhar, uma expressão ou um comportamento específico são diferentes formas de se comunicar. O importante é começar!

Com acesso a serviços e orientação profissional para o uso de estratégias adequadas, colaboração e dedicação, podemos promover o desenvolvimento da comunicação e melhorar a qualidade de vida das crianças com TEA. Melhores habilidades comunicativas reduzem o isolamento, aumentam a autonomia e contribuem para a regulação emocional, possibilitando assim maior participação social em diferentes contextos e com diferentes parceiros. 

 

Referências Bibliográficas

  • Autismo e Realidade. (2023). Como estimular a comunicação das crianças autistas no dia a dia. Disponível em: https://autismoerealidade.org.br/2023/08/11/como-estimular-a-comunicacao-das-criancas-autistas-no-dia-a-dia/
  • NeuroConecta. Como estimular a fala e a comunicação em crianças com autismo. Disponível em: https://neuroconecta.com.br/como-estimular-a-fala-e-a-comunicacao-em-criancas-com-autismo/

Genial Care. Linguagem funcional no autismo. Disponível em: https://genialcare.com.br/blog/linguagem-funcional-no-autismo/

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