Tornando os passeios mais inclusivos para pessoas com autismo
Psicóloga especializada em terapia ABA lista itens que podem tornar passeios e viagens mais prazerosos para os autistas
O indivíduo neurodiverso pode e deve desfrutar de todos os privilégios da vida contemporânea. Logo, em período de descanso, a sociedade precisa adequar passeios, viagens ou recreações para atender às especificidades de todos aqueles que têm interesse em participar.
Falando sobre os autistas, temos diversos exemplos de instituições que adequaram o espaço físico para recebê-los, como o aeroporto de Congonhas, que inaugurou uma sala sensorial com o intuito de facilitar as experiências dos usuários atípicos, assim como conter possíveis sobrecargas sensoriais.
Se você está em busca de uma viagem inclusiva, tenha em mente os seguintes pontos de atenção ao escolher o seu destino:
Vale pesquisar locais que treinam a equipe para lidar com pessoas com deficiência
Treinamentos com funcionários: o conhecimento é a principal ferramenta para trazer bem-estar e assertividade no relacionamento com o cliente atípico. Geralmente, os treinamentos abordam temas como compreensão das necessidades individuais, conscientização sobre o autismo, estratégias para lidar com situações desafiadoras e comunicação efetiva.
Localizado no estado de São Paulo, um hotel fazenda em Itu ganhou o selo de “Amigo do Autista”. Além de toda uma infraestrutura especial, ele promove experiências sensoriais e recreações para crianças a partir de dois anos.
Roteiros previsíveis: escolha uma viagem estruturada, na qual todos saibam de modo claro o que acontecerá previamente. Por exemplo: viajar para a praia e ficar em um hotel de frente para o mar, com café da manhã no próprio hotel, que também possui uma piscina. É importante detalhar a sequência de atividades e os horários diariamente, verificar a temperatura e analisar quais alimentos estarão disponíveis. Em momentos de viagem, é desaconselhável a introdução de uma nova rotina alimentar.
Paradas sensoriais e comunicação visual são muito úteis no lazer de autistas
Comunicação através de imagens: o local do passeio ou a viagem deve ter informações com representações visuais como imagens ou até palavras simplificadas para universalizar o acesso à informação. Por exemplo: cardápio de restaurantes, placas informativas ou material de divulgação devem evitar uma linguagem apenas por escrito, facilitando a compreensão e organização.
Um famoso parque de diversões em Santa Catarina conta com um ambiente que se preocupa com a sinalização e inclusão de clientes neurodiversos e pessoas com deficiência.
Espaços para descanso ou parada sensorial: é recomendável a disponibilização de locais específicos para controlar os estímulos como luminosidade, barulho ou aglomeração. Uma sala com persianas, paredes com cores neutras e luminosidade indireta pode agir como uma forte aliada em sinais de agitação.
Nesses casos, realizamos uma parada sensorial, isto é, contamos com um ambiente com pouca carga de sentimentos para diminuir a sensação de euforia que os estímulos podem causar. Na cidade de Cotia, em São Paulo, há um complexo de lazer que possui acessibilidade de locomoção e, para famílias atípicas, ainda é disponibilizado um guia sensorial e prioridade na fila.
Camila Santos de Oliveira
Psicóloga formada pela Universidade de Mogi das Cruzes, com treinamento de Aplicadores em ABA pelo CBI of Miami, capacitação de Terapia ABA pela Academia do Autismo e curso de Supporting and Engaging Pleope with Autism pela Swinburne University of Technology.
Me ha encantado el artículo.
Saludos de una logopeda en madrid