É fato que o debate sobre o autismo aumentou. Muito, ainda, com foco na infância. Mas, também é importante voltar nossa atenção para jovens e adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Não só para buscarmos melhorias na qualidade de vida de quem convive com o transtorno na fase adulta, como também para anteciparmos possíveis demandas que crianças neurodivergentes poderão ter no futuro.

E, quando pensamos na fase adulta, um assunto ganha destaque: carreira e trabalho. Muito importante para o desenvolvimento de todos nós, esses pilares também precisam ser olhados no contexto das pessoas com autismo. 

Mais independência

O acesso ao mercado de trabalho é fundamental para a independência e autonomia dos indivíduos – seja financeira ou pessoal. É por meio da carreira, muitas vezes, que realizamos sonhos e nos posicionamos no mundo.

Os desafios do mundo do trabalho, comum a todos, mudam quando pensamos em pessoas com TEA. Para além do preconceito e estigma que ainda existe, há falta de informação por todos os lados. Afinal, nem sempre o conceito de inclusão e diversidade são realmente colocados em prática – apesar dos avanços já conquistados. 

Para conseguir um emprego ou avançar na carreira, um adulto com autismo, provavelmente, passará por mais obstáculos. Sabe-se que algumas características do autismo, como dificuldade de comunicação e de interação social podem dificultar esse processo.

Mas, e quanto às potencialidades e competências das pessoas com TEA?

Adaptação e valorização de competências 

Assim como para qualquer posição, é importante que a vaga de trabalho esteja alinhada ao perfil do(a) candidato(a). Com pessoas com TEA é a mesma coisa: vale identificar as habilidades de cada um e aproveitá-las da melhor forma, sempre respeitando as individualidades.

Portanto, é fundamental que as empresas estejam preparadas para receber pessoas com TEA e proporcionar um ambiente acolhedor. É muito importante que a pessoa com autismo sinta-se à vontade para falar sobre sua condição, destacando suas habilidades e anseios. 

Sabemos que há diferentes níveis de autismo e que cada pessoa é única. Sendo assim, o acesso ao mundo do trabalho dependerá das diferentes realidades – em um contexto que envolve ainda questões socioeconômicas, de estudo e acesso a políticas públicas, por exemplo. 

Apesar de saber que cada pessoa é única e de termos exemplos de destaque em áreas como Letras, Direito e Artes, são muitas as possibilidades de atuação. A seguir, algumas potencialidades que os indivíduos com TEA costumam apresentar:

1. Capacidade de memorizar e aprender informações com agilidade;
2. Predisposição a pensar e aprender de forma visual;
3. Pensamento lógico aguçado;
4. Memória acima da média;
5. Precisão e atenção aos detalhes;
6. Excelente senso de direção;
7. Forte adesão às regras;
8. Facilidade para se concentrar por longos períodos.

Vamos juntos por mais inclusão!