Diversidade no espectro autista
Sexualidade é um assunto amplo. E, quando falamos de pessoas com autismo, a história ganha ainda mais elementos. O espectro autista é enorme e, apesar de características comuns, pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm suas individualidades – que nem sempre são facilmente interpretadas e respeitadas.
A pauta sexual começa a ficar mais presente com a chegada da adolescência, período marcado por fortes mudanças no corpo, na mente e na forma de se relacionar consigo, com o outro e com o mundo. O medo do desconhecido pode afetar, bem como o julgamento. Sem dizer da pressão interna e externa de responder a determinados padrões – e tudo isso vale também para pessoas com autismo.
Também dentro do espectro, a questão da orientação sexual é importante. Para além do TEA, todos merecem respeito por sua orientação e suas escolhas. A diversidade diz respeito a todas as pessoas. Para as pessoas com autismo, no entanto, esse caminho pode ser mais desafiador? Geralmente, sim. Mas, também, depende de cada um, da família e do ambiente onde essa pessoa vive.
Preconceito: ouça, acolha e exija respeito
Ninguém está imune ao preconceito que pessoas com orientações sexuais diversas podem sofrer. Seja como for, isso traz impacto para as emoções e pode demandar uma atenção especial e um processo de escuta ativa importante. E como fazer no caso de pessoas que têm dificuldade de falar sobre como se sentem e costumam enxergar o mundo de outra forma?
Vale reforçar que cada pessoa com autismo é uma e que comparações só trazem danos. Diálogo aberto, acolhimento, escuta ativa e orientação psicológica, também para família, podem ajudar muito.
E quando a discriminação vem da própria família? Pode parecer contraditório, mas é possível que pais e parentes “aceitem” o(a) filho(a) com autismo, mas não “aceitem” sua orientação sexual. Isso, claro, torna o processo ainda mais difícil – para todos os envolvidos.
Por isso, é importante falar sobre respeito, acolhimento e amor – em um processo que precisa (ou, pelo menos, deveria), começar pela família. E quanta diferença isso faz!
Autismo e sexualidade
Assim como o autismo faz parte da neurodiversidade, também está inclusa na diversidade a questão da sexualidade.
Como o espectro autista é amplo, falar sobre sexualidade, sentimentos e afetividade, principalmente por meio de uma comunicação não verbal ou com alguém com mais dificuldade de interagir, é ainda mais complexo. Tentar fazer com que eles pensem ou vejam o mundo da sua forma ou como a maioria enxerga, não é um bom caminho.
Pesquisas apontam que pessoas com diagnóstico de TEA podem chegar a conclusões sobre sua identidade sexual de forma diferente das pessoas neurotípicas.
Há ainda aqueles que acham que a sexualidade não deve fazer parte da vida da pessoa com autismo ou que isso não seja assunto para ser abordado. Mas, o que se sabe é que uma educação inclusiva também passa por esse ponto. Ainda há muito a ser aprendido e debatido. Deixamos aqui a mensagem de respeito, diálogo e enfrentamento ao preconceito.
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