Autismo e sobrecarga sensorial
É comum que pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) possuam algum transtorno do processamento sensorial, como a sensibilidade auditiva. Um exemplo é o que acontece com os fogos de artifício: além do barulho, podem potencializar crises, sobrecarregando o sistema sensorial, e trazer incômodos em virtude das luzes.
Afinal, já sabemos que algo tolerável para uns pode ser insustentável para outros. Estudiosos e especialistas sugerem que pessoas com TEA têm dificuldade em entender o contexto da situação em si e, portanto, de prever o que pode vir em seguida. Isso desorganiza as percepções e pode causar medo e paralisia.
A sobrecarga sensorial pode ocorrer a partir de um evento isolado, como algum ruído alto, mas também pode crescer a partir do esforço do dia a dia para gerenciar as sensibilidades sensoriais com o passar do tempo.
O que acontece? Entende-se que o cérebro, que precisa colocar todos os seus recursos no processamento sensorial, pode acabar desligando funções como fala e processamento de informações. Tudo isso costuma trazer frustração e atrapalhar, por exemplo, um processo de decisão.
A seguir, alguns sinais de que a pessoa com autismo esteja em uma sobrecarga sensorial. Vale reforçar que os indivíduos são diferentes e nem todos os indivíduos com TEA apresentam esses comportamentos:
- Agitação aumentada;
- Cobrir as orelhas ou os olhos;
- Dificuldade de comunicação e interação;
- Comportamentos como agitar pés ou mãos, ruídos repetitivos ou balançar para frente e para trás;
- Mudança no padrão da fala;
- Emoções intensas ou necessidade de escapar, ir embora do local.
Como ajudar?
Dentro ou fora de casa, é importante buscar tornar os espaços mais inclusivos. Aqui, algumas dicas:
- Converse com diretores, professores e líderes de instituições de ensino ou do trabalho sobre as necessidades da pessoa com TEA;
- Precisa de óculos escuros para tolerar melhor a exposição à luz? De protetores auriculares ou fones de ouvido para reduzir ruídos? É importante deixar isso claro e trabalhar para que essa demanda seja cada vez mais compreendida e adotada, nos mais diferentes espaços de socialização;
- Busque evitar aglomerações ou situações que podem causar uma sobrecarga. Sabemos, no entanto, que imprevistos podem ocorrer;
- O diálogo também precisa existir no caso de dificuldades alimentares;
- Faça sua parte para ampliar o debate e a inclusão!
Ajuda profissional para pacientes com TEA
A seguir, alguns caminhos que podem ser úteis:
- Terapia ocupacional: auxilia a processar melhor os estímulos sensoriais no dia a dia;
- Terapia alimentar: ajuda no gerenciamento de aversões a sabores e texturas de alimentos, contribuindo para a ampliação do cardápio tolerado;
- Fonoaudiologia: melhora a estimulação sensorial em prol da fala, a deglutição e movimentos musculares;.
- Terapia cognitivo-comportamental: importante para ansiedade e para melhor lidar com sentimentos e percepções.
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