Terapias comportamentais ajudam jovens autistas a navegar situações do cotidiano
Métodos ABA e TCC incentivam a adoção de atitudes positivas e o aprendizado de novas habilidades
Com a confirmação do diagnóstico positivo de autismo ou outro distúrbio TEA, o passo seguinte é a definição do tratamento adequado às particularidades do quadro do indivíduo. No geral, pesquisadores e clínicos têm destacado os benefícios de terapias comportamentais, como o método ABA e TCC.
A Análise Aplicada do Comportamento (a sigla ABA vem do inglês Applied Behavior Analysis) trabalha os princípios da aprendizagem operante para incentivar a reprodução de comportamentos positivos e a aquisição de novas habilidades por meio de práticas intensas e reforço direcionado. As técnicas usadas no método ABA para crianças com TEA são:
- Reforço positivo: uso de prêmio (comida, brindes ou brinquedos) para incentivar comportamentos desejáveis;
- Moldagem: recompensa por aproximações ou componentes de um comportamento desejável, até que este seja alcançado por completo;
- Desvanecimento: redução de instruções para aumentar a independência;
- Extinção: remoção de reforço, quando há a persistência de um problema comportamental;
- Punição: aplicação de estímulo indesejável para inibir problemas comportamentais;
- Reforço diferencial: reforço de uma alternativa socialmente aceitável ou a falta de um comportamento indesejável;
Programas baseados na ABA são atualmente vistos como tratamentos de primeira linha para o TEA no início da infância, com resultados significativos na melhoria do desempenho cognitivo, habilidades lingüísticas e comportamento adaptativo.
Terapia Cognitivo-Comportamental para ajudar com a ansiedade.
Pertencente ao campo da psicoterapia, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ajuda a pessoa com TEA a compreender como os seus pensamentos e emoções influenciam seus comportamentos disfuncionais. Dessa forma, a terapia estimula a capacidade de reflexão e o autoconhecimento, promovendo mudanças comportamentais e a regulação do humor.
Um crescente número de relatórios reúnem evidências da eficácia da TCC no tratamento de crianças em idade escolar e jovens adolescentes com TEA. Melhoras na ansiedade, na auto-ajuda e nas habilidades do dia a dia têm sido relatadas, com 78% das crianças de 7 a 11 anos no grupo tratado com a TCC classificadas com uma resposta positiva. Tais descobertas encorajam a consideração de abordagens da TCC modificadas para tratar a ansiedade em crianças com TEA em alto nível funcional. Isto é relevante já que de 30 a 40% das crianças com TEA relatam níveis altos de sintomas relacionados à ansiedade.
Para entender mais sobre o diagnóstico e tratamentos recomendados para pessoas dentro do espectro, veja a nossa página O Que É Autismo.
GOSTEI MUITO POREM GOSTARIA DE SABER MAIS , COMO FAÇO PARA CONSEGUIR UM ESTÁGIO.
Gostei da matéria , mas esses metodos servem também para adultos Aspies?
Oi, Renata, os tratamentos para TEA vão se modificando com o tempo para se adaptar à evolução da pessoa e às questões particulares de cada fase da vida. O nosso blog tem dois textos sobre o autismo na idade adulta, que abordam com mais detalhes as mudanças no tratamento: http://autismoerealidade.org.br/2019/10/31/se-descobrindo-autista-na-idade-adulta/ e http://autismoerealidade.org.br/2019/03/15/uma-crianca-com-tea-sera-um-adulto-com-tea/