Qual é o próximo passo?

17/09/2019Histórias2 Comentários

Após o diagnóstico, vem uma uma decisão difícil: como contar para as outras pessoas sobre o TEA

A confirmação de que o Carlo era autista veio em menos de três meses, com dois diagnósticos de neuropediatras super competentes e renomados. Agora que sabíamos que o nosso filho estava no espectro autista, a grande questão passou a ser: contar ou não para todos? Ninguém nos orientou neste sentido, e ficamos realmente com um sentimento muito estranho de estarmos guardando um grande segredo.

A nossa família sempre soube de tudo, mas o peso desta notícia era enorme para nós, pais. Os olhares que recebíamos de outras pessoas em razão das birras eram terríveis. Nos sentíamos julgados por gente que não sabia da missa a metade. Não estava nada fácil…

Como encontrar coragem para falar e se expor? Como fazer com que o meu filho seja entendido, que o mundo seja solidário e inclusivo? Eu sabia que a inclusão dele começava  por mim e pela minha família, mas também entendi que precisávamos ir além.

Decidimos então falar para todos sem exceção e, por incrível que pareça, foi a melhor coisa que nos aconteceu! Foi como uma porta que se abriu: muitas pessoas nos acolheram e nos procuraram por ajuda ou mesmo com várias dicas de familiares. Resgatamos não só empatia, mas muita informação para quem nunca ouvir falar sobre o autismo. Foram tantas trocas positivas que só nos fortaleceu mais e mais.

Parecia que 10kg bem pesados saíram das minhas costas. Me senti apreensiva sempre que contava, mas fiquei leve e muito mais aberta a tudo que tinha que trabalhar e lutar para entender sobre este mundo novo e poder ajudar meu filho!

Hoje, meu filho é muito estimulado por todos ao seu redor sem julgamentos. Todos que nos acompanham torcem tanto quanto nós mesmos, vibram com as nossas conquistas. Somos uma família de muitos amigos em torno da causa, na qual todos se esforçam para aprender a perceber as diferenças. A jornada realmente ficou muito mais fácil ao ser compartilhada.

Para quem ainda tem resistência no convívio com autistas, o meu conselho: Não dá mais para ignorá-los. O transtorno do espectro autista é uma desordem e os autistas são pessoas como todas as outras, com mais ou menos limitações. Afinal, de perto ninguém é normal.

Meu grande sonho era que o Carlo fosse convidado para dormir na casa de algum amigo da escola. E isto aconteceu este ano! Foi tudo bem, como acontece com qualquer outra criança. Mas para nós é uma grande conquista feita com muito amor e empatia.

Prontos pra próxima?

Darline Locatelli Renault de Castro

Darline Locatelli Renault de Castro

Mãe de dois filhos, Carlo e Pietro, formada em direito e gastronomia, atualmente se dedica a auxiliar na informação e conhecimento acerca do tema TEA

2 Comentários

  1. Um anjo que conheci pela internet ! Sou eternamente grata por todos os conselhos e conteúdos que me passa!! Vc é uma mãe guerreira que além de lutar pelo seu filho ajuda o próximo… Vc é fantástica… E o Carlo uma inspiração 💙

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  2. Darline querida, tenho muito orgulho de vc.
    Acompanho sua história desde o início e fico feliz cada vez que encontro o Carlo.
    Sua dedicação e amor fez toda diferença.
    Hj ele é uma criança feliz e tranquila.
    Sua descoberta vai ajudar muitas mães .
    Muita luz em seus caminhos.
    Gina😘

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