Método Denver para intervenção precoce em autistas
Intervenção é recomendada para crianças de até 5 anos e foca em estímulos baseados no interesse de cada criança
O método Denver foi desenvolvido em 1980, com o objetivo de intervir e acompanhar pessoas com diagnóstico ou suspeita de autismo. A técnica estimula a interação social por meio de reforçadores, ou seja, promove o desenvolvimento da criança por meio de novos contatos sociais contínuos e prazerosos.
O modelo dessa intervenção é precoce e intensivo, foi pensado para ser aplicado em crianças pequenas, de 1 a 3 anos, podendo ser estendido até os 5 anos, com o tempo de duração de 3 a 4 horas. Para manter o tempo e a qualidade no atendimento, o terapeuta cria uma relação afetiva com a criança através de jogos com brinquedos que a criança se interesse.
Orientação e linguagem social estão entre os cinco eixos em que o método Denver se baseia
A aplicação é dividida em cinco eixos.
1- O primeiro eixo é a orientação social, em que o paciente treina a identificação de rostos, partes do corpo, expressões faciais e noção do próprio corpo.
O principal ganho que esse reconhecimento traz é influenciar a criança a se direcionar a outras pessoas e não apenas a objetos. Esse exercício também estimula a percepção social, habilidade humana para interpretar o comportamento das outras pessoas.
2- O segundo eixo é a linguagem social, em que o paciente treina seu discurso para passar uma mensagem ao interlocutor e a compreender os meios linguísticos dos outros. Isso porque as pessoas se comunicam, principalmente, de modo verbal, mas também de modo não-verbal, através de gestos, postura e olhares, por exemplo.
Jogos sociais, brincadeira simbolica e reduão de deficiências completam os cinco eixos
3- O terceiro eixo é o momento dos jogos sociais, onde a criança tem a oportunidade de realizar atividades intrínsecas ao dia-a-dia, como trabalhar a reciprocidade, treinar a preocupação com os outros, direcionar suas atitudes para o externo e praticar o compartilhamento.
4- O quarto eixo é a brincadeira simbólica, no qual a criança cria um mundo de faz de conta, utilizando situações imaginárias com gestos e falas para interpretar uma situação que vem a sua mente. Esse tipo de brincadeira influencia a compreensão dos conteúdos trazidos na brincadeira, a reflexão e a reorganização das estruturas psicológicas.
5- O quinto eixo atua na redução das deficiências motoras, de linguagem, sociais e de adaptabilidade a rotinas e regras, ou seja, torna a criança mais acostumada à vida cotidiana através do treino de autonomia sobre cada deficiência citada acima.
Yasmine Martins
Psicóloga Clínica formada pelo Centro Universitário São Camilo, com Especialização em Neuropsicologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), aprimoramento em Psicologia Hospitalar e mestrado em Ciências da Saúde Infantil no Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo (IAMSPE).
0 comentários