Terapia ABA: uma abordagem para crianças com autismo

30/06/2023Tratamentos2 Comentários

Método é baseado em evidências e permite individualização no acompanhamento da aprendizagem e estímulo à autonomia

Quando se trata de auxiliar crianças com autismo a alcançarem seu pleno potencial, a Terapia Comportamental Aplicada (ABA, na sigla em inglês) tem se mostrado uma abordagem efetiva e amplamente utilizada. Aqui, vamos explorar seus benefícios, princípios fundamentais e como ela pode promover um desenvolvimento significativo e positivo para os autistas.

O que é a terapia ABA?

É um método terapêutico baseado em princípios científicos do comportamento. Ela se concentra em analisar e modificar comportamentos, promovendo a aprendizagem e a autonomia da criança.

A terapia ABA é altamente estruturada, individualizada e baseada em evidências. Ou seja, cada sessão deve ser adaptada para o desenvolvimento de cada paciente, variando conforme as características do indivíduo.

Não é só no consultório: ABA também pode ser aplicada em casa e na escola

Uma das maiores vantagens da Terapia ABA é a sua capacidade de ser personalizada para atender às necessidades individuais da criança.

Os terapeutas realizam uma avaliação inicial abrangente para identificar os objetivos de intervenção e desenvolver um plano terapêutico individualizado. Isso permite que a terapia seja adaptada às habilidades, interesses e desafios específicos de cada criança.

A terapia ABA pode ser aplicada em diferentes configurações: em casa, na escola ou em clínicas especializadas. Geralmente, é conduzida por um terapeuta certificado, que trabalha diretamente com a criança. A família também desempenha um papel fundamental, colaborando com os terapeutas e implementando estratégias em atividades diárias.

A terapia ABA é apoiada por um extenso corpo de estudos científicos. Diversas pesquisas demonstram que ela pode resultar em melhorias significativas em áreas como comunicação, habilidades sociais, comportamento adaptativo e redução de comportamentos problemáticos.

Entenda os fundamentos do método ABA e o que ele pode oferecer para as crianças autistas

Objetivos da Terapia ABA

O método busca promover o desenvolvimento em áreas-chave, como linguagem, habilidades sociais, autonomia pessoal e comportamentos adaptativos. Além disso, busca reduzir comportamentos problemáticos, como agressão, estereotipias e autolesões.

Princípios da Terapia ABA

Utiliza uma abordagem sistemática, baseada na análise do comportamento, para ensinar habilidades e reduzir comportamentos problemáticos. Alguns princípios fundamentais incluem:

• Reforço positivo: identificar e recompensar comportamentos desejados para incentivar sua repetição.
• Modelagem: demonstrar o comportamento correto para a criança imitar.

É aos poucos que tudo o que é treinado na terapia vai sendo incorporado à rotina

• Ensino em pequenos passos: dividir habilidades complexas em etapas menores e ensinar uma de cada vez. Por exemplo: se arrumar para a escola pode ser dividido em acordar no horário, ir ao banheiro, colocar pasta na escova, escovar o dente, enxaguar, trocar de roupa etc.

• Generalização: transferir habilidades aprendidas em um ambiente para outro.

• Monitoramento de dados: registrar e analisar o progresso da criança para ajustar o plano de intervenção.

A terapia ABA tem seus princípios baseados em evidências e sua personalização às necessidades individuais da criança são fundamentais para promover um desenvolvimento positivo e habilidades funcionais.

Famílias de crianças com autismo podem considerar o método ABA como uma opção terapêutica valiosa, buscando profissionais qualificados e se envolvendo ativamente no processo de intervenção. Juntos, podemos ajudar nossas crianças a alcançarem seu potencial máximo e florescerem em um mundo cheio de oportunidades.

Bárbara Bertaglia

Bárbara Bertaglia

Médica residente na pediatria da Santa Casa de São Paulo, pesquisadora na área de Transtorno do Espectro Autista e membro da equipe Autismo e Realidade desde 2019

2 Comentários

  1. Gostaria muito de fazer essa pós

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  2. Olá! Minha filha tem 10 anos e ainda não temos o laudo, mas já estamos investigando o que de fato ela tem. Portanto, como mãe e pedagoga, creio que ela seja autista nível de suporte I. Precisamos de acolhimento.

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