Novas abordagens terapêuticas e avanços na compreensão do autismo

7/07/2023Tratamentos0 Comentários

Qual será o futuro dos serviços oferecido para o desenvolvimento de autistas? Listamos 5 tendências

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é complexo, multifacetado e afeta milhões de crianças em todo o mundo. O dado mais recente mostra que uma em cada 36 crianças de oito anos foram diagnosticadas nos Estados Unidos, em 2020.

A busca por novas abordagens terapêuticas e avanços na compreensão do autismo tem sido uma área crescente de pesquisa.

O futuro do tratamento do autismo é promissor, com novas abordagens terapêuticas e avanços científicos trazendo esperança e possibilidades para os pacientes e suas famílias.

Novas terapias e descobertas científicas oferecem perspectivas encorajadoras para famílias e cuidadores de crianças autistas

1. Terapia com intervenção precoce

A intervenção precoce continua sendo um pilar fundamental no tratamento do autismo. Novas abordagens estão sendo desenvolvidas para maximizar o impacto dessa intervenção.

Terapias baseadas em tecnologia, como aplicativos móveis e jogos interativos, estão emergindo como ferramentas valiosas para estimular habilidades sociais, linguagem e cognição. Essas terapias podem ser facilmente acessadas e incorporadas ao dia a dia das crianças, proporcionando uma intervenção mais personalizada e engajadora.

2. Terapia assistida por animais

A terapia assistida por animais tem demonstrado resultados promissores no tratamento do autismo. A interação com animais, como cães ou cavalos, pode melhorar a comunicação, a socialização e a autoestima dos pacientes.

A presença de um animal de apoio pode reduzir a ansiedade e aumentar a motivação para aprender. Esse tipo de terapia propõe oferecer uma abordagem única e emocionalmente envolvente para o desenvolvimento e o bem-estar da criança.

Ioga, arte e outras terapias podem ser associadas às opções tradicionais

3. Abordagens baseadas em neurociência

Os avanços na neurociência têm proporcionado uma compreensão mais profunda dos mecanismos cerebrais que agem nas manifestações do autismo. Esses conhecimentos estão impulsionando o desenvolvimento de terapias baseadas em neurofeedback, estimulação magnética transcraniana e técnicas de modulação sensorial.

Essas abordagens buscam a reorganização e a recalibração dos circuitos cerebrais, ajudando a melhorar a regulação emocional, a atenção e a resposta sensorial. Esse tipo de terapia ainda não é tão usado e precisa de mais pesquisas.

4. Integração de terapias complementares

Uma tendência crescente é a integração de terapias complementares para abordar as necessidades holísticas das crianças com autismo.

Terapias como musicoterapia, arte, ioga e acupuntura estão sendo combinadas com terapias tradicionais para promover uma abordagem abrangente e integrada ao acompanhamento do autismo. Essas terapias complementares oferecem benefícios adicionais, como a redução do estresse, o estímulo da expressão criativa e o fortalecimento da conexão mente-corpo. Vale lembrar que é uma terapia complementar, ou seja, as terapias principais não devem ser deixadas de lado.

Tratamento individualizado pode ser aplicado a partir do mapa genético; perspectivas são promissoras para o futuro dos autistas

5. Pesquisas genéticas e farmacológicas

As pesquisas genéticas estão avançando na identificação de variantes associadas ao autismo. Isso abre portas para uma medicina personalizada, permitindo terapias mais direcionadas e específicas para cada autista, com base em suas características genéticas individuais.

Além disso, a pesquisa farmacológica está explorando novos medicamentos e compostos para tratar sintomas específicos do autismo, como hiperatividade, agressividade e ansiedade, oferecendo opções terapêuticas mais eficazes e com menos efeitos colaterais.

Vale lembrar também que ainda não existem remédios para tratar o autismo em si, apenas as comorbidades associadas.

A combinação de terapias inovadoras, abordagens baseadas em neurociência e a personalização do tratamento a partir de dados genéticos são caminhos promissores para melhorar a qualidade de vida das pessoas no espectro.

À medida que a compreensão do autismo continua a evoluir, é importante que as famílias estejam em contato com profissionais especializados para aproveitar essas novas oportunidades e oferecer o melhor suporte possível aos seus filhos. Juntos, podemos construir um futuro mais inclusivo e promissor para todas as crianças com autismo.

Bárbara Bertaglia

Bárbara Bertaglia

Médica residente na pediatria da Santa Casa de São Paulo, pesquisadora na área de Transtorno do Espectro Autista e membro da equipe Autismo e Realidade desde 2019

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