O papel do Acompanhante Terapêutico
Muito se fala sobre este profissional. Mas o que ele faz exatamente?
O Acompanhante Terapêutico (AT) é um profissional capacitado, geralmente psicólogo, pedagogo ou estagiário nestas áreas. Ele atua no ambiente natural da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e/ou outros transtornos e síndromes, ou seja, em escolas, em domicílio ou até em ambientes sociais, como supermercados, cabeleireiros, academias, clubes, entre outros.
Quando falamos em terapia baseada em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), necessitamos de uma grande carga horária de intervenção com aquele paciente. Assim, o progresso e os objetivos serão atingidos de uma forma mais completa. Muitas vezes, as horas dispostas para terapia em ambiente clínico não são suficientes.
Diante disso, o papel do AT é atuar no dia a dia do paciente. Mas de que forma?
- Aplicando os programas definidos de acordo com suas necessidades;
- Mediando a socialização em todos os ambientes, focando em independência e autonomia e
- Ensinando a se comportar em determinadas situações.
No ambiente escolar, AT monitora de perto os objetivos do trabalho para desenvolver o aluno
Na escola, o AT trabalha em conjunto com os professores, coordenadores e outros profissionais, com base nos objetivos definidos pela equipe multidisciplinar que atende aquele paciente.
Além de focar nos objetivos traçados, ele orientará todos os profissionais sobre a adaptação curricular e as atividades, sobre como estimular a socialização -um ponto muito importante- e sobre como trabalhar a independência e autonomia nas atividades do dia a dia, de acordo com a necessidade de suporte que o paciente necessite.
A principal função é garantir que o indivíduo aproveite todas as atividades e recursos propostos da melhor forma possível.
Como o AT está o tempo todo com o paciente e serve como uma espécie de “sombra”, ele não só o conhece bem, mas também sabe os objetivos a serem alcançados e as atividades de maior interesse e foco. A consequência é que o profissional consegue usar todas estas informações para estimular e reforçar a realização das atividades escolares.
Atuação ultrapassa as paredes do ambiente doméstico e inclui ambientes que compõem a rotina do paciente, como transporte público
Por fim, na residência do paciente, as habilidades e os objetivos serão trabalhados de forma intensa e, muitas vezes, de maneira mais estruturada.
Dentro de casa é possível trabalhar habilidades básicas de comunicação, linguagem, atividades escolares, estímulo de pedidos, identificação de itens e objetos, ações e sentimentos e demais atividades de vida diária (AVDs).
É ali que serão desenvolvidas tanto habilidades mais simples (como o uso do banheiro e utilização de talheres) como as mais elaboradas (como ir ao supermercado, utilizar transporte público e cozinhar). Sempre de acordo com a necessidade e o objetivo traçado para aquele paciente.
Ticiane Marsulo Franciozi
Psicóloga do projeto TEA Assistencial do Instituto PENSI e Acompanhante Terapêutica. Também é graduanda em Pedagogia.
Amei o conteúdo, excelente abordagem sobre o (AT)
Boa noite!
Gostei da postagem, interessante.