6 fake news sobre autismo para deixar em 2023
Desinformação prejudica pessoas autistas por reforçar estereótipos e preconceitos
Já fez aquela famosa lista de desejos para o Ano Novo? Se ainda tiver espaço, acrescente algumas metas prioritárias, como deixar para trás pensamentos negativos e atitudes capacitistas. Também se comprometa a checar toda informação que receber sobre autismo ou qualquer outro transtorno do desenvolvimento antes de compartilhar no WhatsApp da família ou em suas redes sociais.
Assim como em qualquer outra área, a desinformação sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) só atrapalha. E, quando se trata de saúde, as fake news podem ser ainda mais prejudiciais, postergando tratamentos ou prometendo curas milagrosas que não existem. Seguir dados verdadeiros e, de preferência, científicos, ajuda no prognóstico e na busca por autonomia e direitos.
E, para que 2024 comece com verdade, o blog resolveu te ajudar nessa lista. Acenda o alerta diante de qualquer afirmação mentirosa com potencial de prejudicar uma pessoa TEA e reaja, mas com informação!
Autismo não passa com o tempo
Diferentemente do que afirmou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em fevereiro de 2023, o autismo não passa. O transtorno é permanente, ou seja, não tem cura. Mas saiba que a deficiência pode ser tratada de diversas maneiras com o objetivo de ampliar a autonomia das pessoas com TEA, viabilizar inclusão escolar e profissional e proporcionar uma vida adulta saudável e funcional. A repercussão do caso levou o governador a se corrigir e apoiar a derrubada do veto que havia imposto ao projeto que tornava o laudo de TEA definitivo. Agora, essa é a regra no Estado.
Autismo não é doença nem castigo
Seja por desconhecimento ou puro preconceito, ainda tem gente por aí que trata uma pessoa com TEA como doente. Uma vereadora do município de Arcoverde (PE) foi além. Durante sessão na Câmara da cidade no mês de outubro, Zirleide Monteiro afirmou que ter um filho diagnosticado com TEA é um “castigo de Deus”. Mas logo voltou atrás, diante da repercussão negativa da declaração, e pediu desculpas. No Brasil, discriminar pessoas com deficiência é crime.
Autista em crise não é sinal de falta de educação
Quem nunca viu uma criança em crise? Típicos e atípicos têm os seus momentos de irritação, seja em casa ou em locais públicos. Autistas, no entanto, quase sempre levam a fama de mal educados por muitas vezes não conseguirem organizar seus sentimentos ou compreenderem o ambiente. Recentemente, um adolescente de 15 anos com TEA teve o braço quebrado em novembro por um professor na escola que frequenta, no Distrito Federal, durante uma dessas crises. Em seguida, o docente pediu desculpas e disse que sua intenção era apenas conter o garoto. Porém, vale lembrar que conter exige treinamento especializado.
Autismo não é adjetivo
Assim como no racismo estrutural, o capacitismo relacionado a pessoas com TEA ofende e tem potencial de restringir o futuro de quem está no espectro. Chamar alguém de autista na forma pejorativa, como adjetivo, é reforçar o estereótipo de que neurodivergentes são cidadãos com defeito, inferiores, distantes emocionalmente e incapazes de realizar as mesmas tarefas que pessoas típicas. Além de ir contra a ciência, a discriminação é crime. Diversos projetos de lei discutem atualmente como punir esse tipo de atitude. As propostas incluem desde a presença obrigatória em palestras educativas a pagamento de multas por pessoas físicas e jurídicas.
Autista é pessoa com deficiência e tem prioridade em filas
Desde 2012, quando foi aprovada a lei 12.764, conhecida como Lei Berenice Piana, todo autista é considerado no Brasil uma pessoa com deficiência para efeitos legais. Isso inclui prioridade no atendimento em locais públicos, como postos de saúde, lojas e restaurantes. Mais de dez anos depois, porém, ainda tem quem dificulte esse direito. Foi o que aconteceu na loja da Riachuelo do Boulevard Shopping, em Feira de Santana (BA), no mês de novembro. A mãe de um menino com TEA ouviu de uma funcionária do caixa que não queria realizar o “atendimento bomba”. E, como prevê a lei, denunciou a discriminação. A loja lamentou o ocorrido.
Autismo não se cura na chibata
Vira e mexe o autismo ainda é tratado como uma “frescura” ou “coisa de criança traquina” por gente que não conhece nada sobre o espectro. O vereador Eúde Lucas, presidente da Câmara Municipal de Jucás (CE), chegou a dizer que perdeu a condição de autista à força. “Eu digo que eu era autista, só que meu pai tirou o autista na ‘peia’. Naquele tempo, tirava autista era na ‘chibata’. Porque era um menino meio traquina”, afirmou, em setembro. A reação negativa levou o parlamentar a pedir desculpas e dizer que foi mal interpretado. O autismo não é um traço de personalidade, mas sim um distúrbio do neurodesenvolvimento que provoca alterações no comportamento, comunicação e linguagem e interação social.
Escrito por Teia.Work
Gostaria que falassem para nós autistas velhos, que descobrimos a doença depois depois dos 40 anos , como conseguir readaptação trabalhista.descobri recentemente ,com 48 depois de sofrer duramente minha vida toda