Vacinas não causam autismo e nem todo autista tem habilidades excepcionais; veja lista de equívocos sobre o transtorno

O autismo é um transtorno complexo, que afeta cada indivíduo de maneira única. A falta de entendimento sobre a multiplicidade da manifestação do autismo provoca a proliferação de mitos e estereótipos associados ao autismo que podem reforçar ainda mais uma compreensão equivocada e perpetuar estigmas. 

Vamos apontar os mitos mais comuns e derrubá-los, permitindo uma compreensão mais ampla e precisa do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

1) Mito: “O autismo é causado por vacinas”

Estudos científicos extensos já comprovaram que não há nenhuma relação entre vacinas e autismo. A teoria que sugeriu essa conexão foi amplamente desacreditada. O autismo é uma condição complexa, influenciada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Em outro texto do nosso blog, podemos ler um pouco mais sobre as causas do autismo.

2) Mito: “Todos os autistas têm habilidades extraordinárias”

Embora algumas pessoas no espectro possam ter habilidades especiais em certas áreas, como memória ou habilidades artísticas, nem todos os autistas têm essas habilidades extraordinárias. O autismo é uma condição diversa e cada indivíduo tem suas próprias características e talentos únicos.

Autismo não é doença, portanto não tem cura. O que se busca é a melhor qualidade de vida possível para cada autista

3) Mito: “Crianças autistas não têm empatia”

É um equívoco pensar que crianças autistas não têm empatia. Embora possa haver diferenças na expressão da empatia, muitas demonstram empatia de maneiras diferentes e genuínas. É importante reconhecer e valorizar a empatia individual de cada criança, independentemente do seu estilo de comunicação.

4) Mito: “O autismo pode ser curado”

O autismo não é uma doença, portanto não tem cura. O transtorno é uma condição neurológica, considerada como deficiência pela lei brasileira

Com intervenções adequadas e apoio, as crianças autistas podem desenvolver habilidades sociais, comunicativas e funcionais, melhorando sua qualidade de vida e autonomia, inclusive na vida adulta

5) Mito: “Todas as pessoas autistas têm dificuldades intelectuais”

Justamente por se tratar de um espectro, o autismo abrange uma ampla gama de habilidades intelectuais. Enquanto algumas pessoas podem apresentar desafios intelectuais significativos, outras têm habilidades intelectuais médias ou até mesmo acima da média. É importante não generalizar e reconhecer a diversidade de habilidades presentes no espectro.

Cada autista interage de forma única; entender a complexidade do transtorno contribui com o processo de inclusão social

6) Mito: “Crianças autistas não desejam interações sociais”

Enquanto algumas crianças autistas apresentam dificuldades na interação social, muitas desejam e valorizam relacionamentos significativos. Elas podem expressar sua conexão com os outros de maneiras diferentes, e é importante respeitar e apoiar seu estilo único de se relacionar.

7) Mito: “Existe remédio para tratar o autismo”

Não existe medicação para tratamento do autismo. A medicação utilizada para pessoas com TEA é destinada às comorbidades que podem estar associadas, como TDAH ou distúrbios do sono. Por exemplo: pessoas com TEA podem tomar medicação para melhorar a qualidade do sono, sempre com avaliação médica prévia. O tratamento do autismo é, basicamente, a estimulação e a adaptação comportamental. 

Combater mitos é essencial para promover uma compreensão precisa do autismo e criar uma sociedade mais inclusiva. À medida que nos informamos corretamente e compartilhamos conhecimento, podemos derrubar estereótipos prejudiciais e apoiar ainda mais as crianças autistas e suas famílias. Vamos abraçar a diversidade do espectro, celebrar as conquistas de cada indivíduo e trabalhar juntos para construir um mundo mais inclusivo e acolhedor para todos.