Conheça influenciadores que atuam pela conscientização do autismo nas redes sociais

 

A luta pela conscientização do autismo passa por escutar o que dizem os próprios autistas para compreender a realidade deles e como preferem ser tratados. Selecionamos influenciadores autistas que se destacam neste trabalho. Confira:

Selma Sueli e Sophia Mendonça são mãe e filha autistas e produzem, juntas, o canal “Mundo Autista” no YouTube. Selma só se descobriu autista na idade adulta após o diagnóstico de Sophia, que é uma mulher trans.

No Mundo Autista, elas discutem aspectos do diagnóstico, explicam conceitos básicos para compreender o transtorno e exploram outros temas ligados à diversidade e inclusão, como sexualidade e identidade de gênero. Ao lado da mãe, Sophia também produz e apresenta o podcast “TransParente”.

 

Lu Viegas e Akin Sá fortalecem a conscientização antirracista e anticapacitista

As pessoas podem sofrer diferentes tipos de preconceitos de acordo com uma série de características. Quando uma pessoa é afetada por mais de um tipo de preconceito, falamos de um conceito chamado interseccionalidade. É uma espécie de confluência de discriminações. Isso acontece, por exemplo, com pessoas negras autistas. Elas lidam não só com o racismo, mas também com o capacitismo, que é o preconceito direcionado a pessoas com deficiência -grupo do qual os autistas fazem parte.

A pedagoga Lu Viegas e o estudante Akin Sá têm uma atuação antirracista e anticpacitista nas redes. Lu é autista autodiagnosticada e mãe de um menino autista não verbal. Uma das principais preocupações dela é como ensinar o filho a reagir a abordagens policiais. Ela divide suas experiências no perfil ‘Uma Mãe Preta Autista Falando’. Em 2022, ela passou a fazer parte da “D-30 desability Impact list”, que premia lideranças que impactam a vida de pessoas com deficiência no mundo.

Akin é um homens trans não binário que traz no perfil ‘Hey Autista’ discussões de temas ligados a sexualidade e identidade de gênero e questões de raça, como letramento racial e religiosidade. Ele também aborda uma série de temas cotidianos, como autismo e educação física ou dicas para frequentar supermercados e conceitos do autismo também conectados com as vivências no dia a dia, como TDAH ou crises de desregulação sensorial.

 

Se você quer aprender sobre autismo de forma leve e divertida, siga a bióloga Jú Maia

A bióloga e doutoranda em neurociências Jú Maia é, definitivamente, a opção mais divertida desta lista. Jú é autista de nível 2 de suporte, chamado popularmente de autismo moderado. Ela também tem TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e Altas Habilidades.

Jú é uma mulher lésbica que fala de seu próprio diagnóstico e suas vivências e também põe na mesa questões de sexualidade, inclusive ao lado dos pais – tão divertidos quanto a filha. Em alguns vídeos, Jú alfineta posturas comuns de neurotípicos – como duvidar do diagnóstico de autismo. Ao lado de outras três mulheres autistas, Jú também faz parte do podcast ‘Atípicas’, lançado em junho do ano passado.

A designer Tabata Cristine divide, também de forma leve, suas experiências como autista com TDAH. Tabata é uma mulher lésbica, casada, que costuma falar sobre relacionamentos amorosos, sexualidade no autismo e outros aspectos do espectro na vida adulta.

 

Tio Faso é autista e pai de autista e atua também pela presença dos pais na criação infantil

O designer Fábio Sousa, mais conhecido como Tio Faso, é um dos poucos nomes de pais autistas envolvidos no ativismo. Ele foi diagnosticado na idade adulta e hoje dá suporte ao filho, identificado como autista ainda nos primeiros anos da infância. “Eu sou autista e de especial só o pastel”, diz ele em sua descrição no Instagram. Autistas não são especiais, mas pessoas com direitos e deveres e que merecem ser respeitadas como quaisquer outras.

Faso expõe seus pensamentos irreverentes sobre o autismo e sobre a vida, além de contar também como lida com as manifestações do autismo, como a depressão e o hiperfoco. Ele conscientiza também contra o racismo e discute questões da vida adulta, como a inserção dos autistas no mercado de trabalho.

O doutor em educação, autista e pai de autista, Lucelmo Lacerda é um apaixonado pela ciência e divide em seu canal e em suas participações em podcasts, cursos e seminários o que há de mais avançado em termos de inclusão escolar e descobertas científicas sobre o autismo. Lucelmo é também autor de livros sobre o tema, entre eles, ‘Transtorno do Espectro Autista: uma brevíssima introdução’, indicado para quem está dando os primeiros passos nos estudos sobre o transtorno.

 

‘Introvertendo’ é o primeiro podcast produzido e apresentado por autistas do país

Um lugar onde autistas conversam: assim se apresenta o primeiro podcast produzido e apresentado por autistas, criado em 2018. Desde então, o ‘Introvertendo’ vem tratando de temas que vão desde a cultura pop, passando por vida sexual e até mesmo sobre a participação em protestos ou as dificuldades para identificar os próprios sentimentos.

Um dos criadores do ‘Introvertendo’ é Tiago Abreu, que interage nas redes pelo perfil do próprio programa. Tiago é autor de ‘Neurodiversidade’, o primeiro livro a tratar do tema no Brasil, lançado em janeiro do ano passado.

Willian Chimura é um dos integrantes do podcast e tem seu próprio canal no YouTube e perfil nas redes. Willian é professor e mentor da Academia do Autismo, que oferece formação em ABA. Will também é um apaixonado por ciência e faz um trabalho de divulgação científica muito claro e didático para quem quer se aprofundar nos estudos sobre o transtorno.

O psicólogo Lucas Pontes postou, pela primeira vez, há quase quatro anos, sem grandes pretensões. Hoje acumula mais de cem mil seguidores em um canal que produz memes e discute psicologia, história do autismo e inclusão. Lucas é também editor da primeira revista científica brasileira sobre neurodiversidade.

Escrito por Clarice Sá, Teia.Work